Meu Dilema das Redes

Meu Dilema das Redes pode ser meu. Pode ser seu, dos seus filhos ou de qualquer um. Basta você se observar um pouco e largar um pouco o celular.

Cacete. Meus dedos estão doendo. Deve ser de tanto que mexo nesse celular. Ou não. Preciso de um maior. Ou, quem sabe, parar de mexer nele a cada cinco minutos. Mas e se ela mandar alguma mensagem? E se ela quiser falar comigo. Deixe ver. Nada por agora. Deve estar estudando. E eu também deveria estar. Começo agora! Deixe ativar este aplicativo para monitorar meu tempo de estudo. Mas depois de ver esta mensagem do Instagram. Olha! Minha irmã me marcou. Nem lembrava desta foto. Como estava gordo nesta época.

Mas voltando ao estudo.

Foco, cara! Foco! Vamos lá, uma hora estudando direto sem mexer no celular. Pronto! Está valendo. Putz, esqueci de tirar a vibração. E lá vem ele me chamando de novo. Parece automático. O celular vibra, eu olho. Ele balança o prato de ração e lá vou eu receber minha dose de atenção. Dose essa que cada vez mais aumenta. Nunca é suficiente.

Sempre mais um pouco.

Foco, cara! Foco! Ops, um email! Uma mensagem no Twitter. Eita, hoje vai chover. E ainda tem vergonha alheia na ONU com o discurso do energúmeno. Vou assistir. Mas depois de lavar a louça que olha pra mim desde ontem. Ih, hoje tem jogo à noite. Meu time tá uma merda, mas vou assistir mesmo assim. Ela mandou uma mensagem. Nada demais. Um emoji de coração. Mando outro. Amigo puxando papo. Agora não. Preciso estudar. Já são 10:40 e nem comecei. Outro alerta de chuva agora da prefeitura. E estes negacionistas? Puta que pariu!

Hum, joguinho novo!

O que? Marta já tá de namorado novo? E que porra de comentário é o desse palhaço na minha foto? Nem tenho que estudar tanto assim. É mais ler um texto curto pra prova. Nada demais. Não entendo porque tanto comercial de comida aparece na minha timeline. Dopamina, dopamina e dopamina! Deixe ler logo essa caralha e fazer umas anotações. 30 segundos de texto e minha cabeça já está nas notificações. Me indicaram de novo aquele documentário da Netflix. Assisto mais tarde assim que pedir este sanduba que passou na minha timeline.

Parece um imã!

Esse texto pode me interessar? Porra! Não termino nem o que eu tenho que ler! Tenho que tomar banho ainda. Se der mole fico nesse celular o dia todo! O que minha mãe quer agora? E ainda demora a digitar no Whatsapp. E estes vídeos que me mandam toda hora? Não tem como ver todos. Puta merda essa caralha me domina. E não consigo me controlar. Como é difícil largar esse troço! E ainda por cima meus dedos estão doendo. E meu email que não vejo há 3 minutos…
O que eu tinha mesmo que fazer?

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